Primeiro era pra eu ter me inscrito nos 21km que também ocorreriam com a Rock'n Roll Marathon. Mas os meses de julho, agosto e setembro passaram sem que eu pudesse treinar direito... escrevendo os três artigos do mestrado, troquei a noite pelo dia, e correr sem ser de manhã ou após o pôr do sol (que estava ocorrendo entre 21h e 21h30) seria quase que um pedido para derreter e desidratar! Por isso, fui mais ao ginásio (academia, como eu dizia num passado brasileiro), e lá eu corria mais pra aquecer... Também tive uma dor no pé que me impediu de treinar por umas semanas (depois vou postar sobre essa dor e sobre as providências que tomei e como melhorei!)
Bem, não estando treinada pra 21km, considerei correr a outra prova que haveria junto do combo da Rock'n Roll Marathon, que era de 6km.
Num segundo momento, no entanto, eu e minha mãe (que está em Lisboa me visitando), nem poderíamos correr os 6km, porque hoje seria dia de eu fazer mudança. Malas e sacolas todas prontas, mas houve um atraso na reforma do novo apartamento, e eu só mudaria depois...
Ora, tudo confluiu para que hoje fôssemos correr, e talvez de uma forma mais divertida do que se estivéssemos inscritas correndo a prova. Descemos a pé ao cais do sodré e avistamos os maratonistas que deviam estar em seu km 33.
Passamos logo pela Praça do Comércio e continuamos ao lado deles (não na pista deles, para não atrapalhar, mas ao lado), correndo e incentivando os corredores. Cruzamos logo com a Eva do Correr Lisboa.
Tirei fotos, dei um gole de água pra ela, conversei só um pouquinho (pra não cansá-la mais) e continuamos eu e minha mãe. Sempre que passava por alguém do Correr Lisboa, eu fotografava, afinal, eles sempre me receberam tão bem nos treinos!
O clima estava ótimo, nem quente nem frio e sem chuva (que só caiu mesmo à tarde). Pegamos apenas uns chuviscos no final.
Eu fiquei toda empolgada e comecei a bater palmas enquanto corria, e gritava "Vamos lá, pessoal", "Muito bem!", "Vocês estão ótimos!", "Tá no fim!", "Falta pouco!", "Agora é correr com o coração!", "Good jog!" para uns gringos, "Parabéns!", "Vocês são herois!", Vocês são meus ídolos!"... muitas palmas...
Eu achei que deveria haver muita gente ali naquele meio de calçada torcendo, batendo na mão dos corredores, mas não havia... naqueles 8, 7, 6, 5 quilômetros finais em que os corredores correm com o coração e não mais com os pés, não havia quase incentivo, e por isso eu achei que eu devia mesmo contiuar com a torcida! E foi liiindo!!! Foi maravilhoso arrancar tantos sorrisos, e sinais de positivo, e "obrigados" e "obrigadas", além de ver pessoas que estavam andando, voltando a correr, por causa das minhas palavras!! Foi lindo!
Apesar da pouca torcida, encontramos o Vicente, um corvo mascote do Correr Lisboa, que estava torcendo e segurando uma faixa. Até tiramos uma foto com ele.
Assim como presenciamos esforço e emoções a flor da pele, também cruzamos com um corredor que deitou na rua (aqui se diz estrada) porque estava com caïbra. Outro corredor havia parado para ajudá-lo, mas eu e minha mãe assumimos o posto, e ele pôde continuar sua corrida, enquanto segurávamos os pés do corredor com caïbra para o alto... Logo gritei para chamar os paramédicos, que chegaram rapidamente! Espero que o corredor tenha melhorarado para concluir os 5km restantes!
Depois dali, começamos a voltar, correndo no sentido contrário e ainda torcendo! Aliás, torcendo mais ainda para aqueles que se encontravam persistentes no final. Então torcemos até a última corredora. Depois foi só correr pra casa, e foi ótimo passar por aquelas ruas que estavam fechadas. Foram 12km em que corri feliz demais.
A Praça do Comércio e o cais das colunas cheios de gaivotas. O céu bonito, cheio de nuvens carregadas que, com muito respeito, aguardavam a corrida passar para descarregarem em chuva. Os maratonistas tinham passado com muita garra, superação e amor, e ali atrás de suas passadas pesadas (e ao mesmo tempo tão leves) deixaram uma cidade de paz.
E reservando o melhor para o final, abaixo deixo um vídeo que retrata um pouquinho dessas passagens que tivemos a alegria de presenciar.
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