É meus queridos, quando vocês decidem sair
daquela zona de conforto, coisas boas passam a lhe acontecer, mas, como já
diria Fernando Pessoa: “Quem quer passar além do Bojador, tem que passar além
da dor.”
Em 2007, 2008, quando fazia atletismo com a
Equipe Flecha, comecei a conhecer as dores... A primeira delas: canelite (uma
inflamação da tíbia, principal osso da canela, ou de seus tendões e músculos). O
Salsicha, nosso técnico, me passou diversos exercícios para melhorar, muitos
deles eu fazia descalça, na caixa de areia (onde se treina salto em distância),
e quando era pra correr, eu corria dentro do campo, na terra, dando preferência
àquele piso ao invés da pista que o rodeava. Com os alongamentos e cuidados
devidos, a canelite foi passando.
Em 2009, correndo tranquilamente com a minha
mãe, senti uma forte pontada no joelho. Aquilo era novo e precisei parar de
correr na mesma hora. Nos dias seguintes, ainda doía. Nada de corrida, nada de
escadas. Passei a entender a reclamação frequente dos atletas em relação aos
seus joelhos. Fui ao ortopedista. Fiz ressonância. Detectada condromalácia patelar no meu joelho direito.
Pelo que entendi, grosso modo, é o atrito da patela com outro osso, muito comum
em mulheres.
Fiz hidro e fisioterapia num lugar bem legal chamado Acqua Terapia.
Adorava a hidroterapia porque me permitia fazer exercícios dentro da piscina. Houve
certa melhora, mas ainda não corria. Voltei ao médico. Voltei à fisioterapia. Dessa
vez fui ao Instituto Cohen. Eu atravessava a cidade para ir lá, mas valeu a
pena. Era uma etapa mais avançada da fisio, em que eu já fazia exercícios de
fortalecimento, corria um pouco na esteira, e fiz exercícios de propriocepção,
para garantir o equilíbrio. Aos poucos voltei a correr na esteira e depois no
parque. Tímidas distâncias a princípio. E quando a dor não persistiu, eu havia
voltado à minha vida normal!
Com os exercícios de propriocepção, percebi que
eu poderia treinar o equilíbrio no metrô. Nada de barras para segurar as mãos! (Assim,
qualquer cantinho era bom, além de que as mãos também ficavam livres para
segurar livros!)
O mais importante que aprendi com isso foi que
não podemos fazer apenas exercícios aeróbicos. Devemos conciliá-los com
exercícios de fortalecimento, tanto para podermos ter um bom desempenho na
corrida como para evitar lesões.
Bem, no auge dos meus 25 anos, meu histórico de
lesões acaba por aqui (ainda bem, né?!). Acontece que as lesões não são os
únicos “ossos do não ócio”, mas continuarei essas questões em um próximo post.
Muito bom o blog! Uma aluna da academia que me indicou. Muito bom seus textos! lindos que nem você! Parabens continue assim nessa dedicação!
ResponderExcluirMuito obrigada, Emerson!!
ExcluirGentileza sua.
Vc dá aula em uma academia? Corre também?
Beijos!
Marina, sua cultura e sua dedicação são impressionantes. “Quem quer passar além do Bojador, tem que passar além da dor.” , não tem precedentes na literatura blogueira. Me envaidece ser seu pai. Bj
ResponderExcluirIh pai, longe de tudo isso!
ExcluirNão tenho nem metade da sua cultura!
E a dedicação (que ainda não é como deveria) é graças a essa família em que eu tive a sorte de nascer! ;)
Beijos